quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cadê

Minha mente tem o mau hábito de criar situações que me perseguem por dias e dias, até eu esquecer tudo porque outra situação pior tomou o lugar. A cada pensamento ruim, um passo mais forte, querendo impulso para sair daqui. Saber que isso tudo um dia vai ser passado já dói, por mais que eu não queira pensar nisso porque não quero ter passado algum.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Como se a alegria recolhesse a mão

Tem vezes que as coisas se combinam para darem errado juntas. Acho que as coisinhas pequenas que formam a minha vida e me mantêm feliz o tempo todo ficam cochichando pelos cantos do meu quarto enquanto eu durmo, decidindo se eu tenho sido uma menina boa e se mereço um solavanco pra me desestruturar novamente. Aí, no dia seguinte, eu, tola como uma criança de seis anos, fico feliz por algum tempo e todas elas caem aos meus pés, me deixando apavorada.
Aí eu procuro alguém pra conversar e discutir sobre coisas boas e espairecer um pouquinho e percebo que não tenho ninguém, porque afastei todo mundo. Não é a primeira vez que isso acontece. Sempre afasto quem se importa comigo.
Chorar é ruim, mas é mais confortável quando tem alguém ali. Pode nem ser fisicamente, mas pelo menos aquele "estar ali" pra te aquecer com umas palavrinhas vazias de consolo. A ilusão me conforta. Não gosto de enfrentar a verdade.
Concordo com Goethe, e afirmo que a felicidade é, sim, uma ilusão. Tudo na vida não passa de uma ilusão. Algo pra te manter viva, ali, presente, firme e forte.
Aí eu volto a me sentir inútil e suja.
E o pior de tudo é que eu sei que vai ser sempre assim e que meu destino é permanecer triste porque a tristeza me preenche mais que qualquer outra coisa.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um avisinho

Eu tinha perdido o login do blog. Fiquei meses e meses sem saber o que fazer com tudo que eu pensava escrever por causa disso. Mas, depois de uma epifania no meio da rua (na qual eu lembrei o email daqui), estou de volta.
E sem antidepressivos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Olha quem resolveu voltar

Tem gente que carrega nos ombros o peso do mundo. Tem gente que procura nos outros o que não acha dentro de si. Olhos transbordam bondade e são interpretados erroneamente como 'mal intencionados'. Pedacinhos de corações quebrados caem em bueiros aleatórios, alimentando os seres que lá vivem.
Eu abro a janela do meu quarto esperando ver algo diferente, mas cada dia é a mesma coisa. Talvez até pior do que eu vi no dia que passou. As nuvens mudam e sua beleza perdura - minha fixação por elas também, mas as pessoas lá embaixo são as mesmas. Apressadas, sem rumo. Acham que sabem para onde estão indo, mas estão cada vez mais próximas de perder o que resta da alma que possuem.
Todos sabem daquela historinha do vazio, certo? De que temos um vazio dentro de nós, que precisa ser preenchido, e que passamos nossa vida toda à procura de algo ou alguém que o preencha. Mas, hoje, depois de uma perda e um surto de tristeza, enquanto sentava sob uma árvore atrás da minha casa, pensei o seguinte: isso tudo não existe. Não existe um vazio dentro de cada um, porque NÓS somos o vazio. Somos inteiramente ocos. Claro, tentamos preencher isso com conhecimento ou elogios ou algo do tipo, mas continuamos vazios. Somos cascas de algo que um dia foi bom, um dia foi completo, e passamos nossa vida toda andando por aí, sem rumo. Aí você acha alguém que parece preencher esse vazio enorme, mas, quando essa pessoa partir (porque ela VAI partir, queira você ou não), tudo que restará será o vazio. A droga do vazio que insiste em ficar, em te perseguir.
E quando o vazio não for o suficiente? Quando ele quiser mais espaço, a ponto de arrancar nossa pele e tomar conta do que resta de nós? Seremos fantasmas? Será que, de fato, andamos entre fantasmas e não conseguimos vê-los por causa da nossa imaginação limitada, aquela que roubaram de nós quando éramos crianças?
E se eu já for um fantasma?
E se

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Hey, bebê

Eu gosto de abrir a janela do meu quarto no meio da noite e olhar para as estrelas enquanto penso em você. É como se você estivesse um pouquinho mais perto.
Como você está? Bem? Feliz? Sei que esses dias têm sido difíceis, e sinto muito por não ter estado ao seu lado. Prometo compensar isso. Não pergunte sobre mim; se eu resolvesse lhe contar tudo que sinto, tudo que venho passando, tudo que tenho feito/pensado em fazer, você me abandonaria. E, se não fizesse isso, eu sumiria da sua vida. Pelo seu próprio bem. Ninguém merece tantos problemas pra cuidar, ninguém merece alguém tão frágil pra amar. Eu posso quebrar a qualquer momento, então só peço para que você esteja ali e me ajude a restaurar as coisas. A "juntar os caquinhos", de novo. Você tem sido minha esperança, sabia? Vivo cada dia esperando a noite chegar só para ouvir sua voz de novo, ouvir você dizer que me ama. Sinto muito por não dizer primeiro, mas eu tenho medo. Ainda não acredito que tudo isso seja, de fato, real.
Mas, sabe, eu te acho a coisa mais fofa do mundo. Quero cuidar de você. Nessa época em que vivemos, isso pode parecer.. qual é a palavra? Careta, ou algo assim. Mas eu nunca disse que pertencia à essa época. Sou apenas um fantasma, lembra? Condenado a passar a eternidade procurando a minha luz. A luz que me guiará para o lugar pacífico que me foi prometido enquanto viva. Você pode ser minha luz? Quer sair da escuridão comigo? Sei que você é um fantasma também. Se não fosse, não estaria comigo. Quero ouvir da sua voz uma canção de ninar, quero me aconchegar em seus braços e adormecer - finalmente adormecer. Quero dizer o quanto você é especial para mim e o quanto você mudou a minha vida. É cedo demais para isso? Eu.. eu não tenho certeza de muita coisa. 
Fico me perguntando qual seria a sua reação se visse as minhas marcas. Não só as físicas, as emocionais também. Você fugiria ou cuidaria de mim? Quero tentar cuidar um pouquinho de suas cicatrizes, bebê. De todas elas. 
Aí, talvez, você seja minha luz. Talvez possamos abandonar a escuridão. Juntos. 


Sempre sua, 
E. L.